quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

DEPOIS DA PRAGA DAS MOSCAS PARACAMBI GANHA ATERRO SANITÁRIO (?)

CONFORME a publicação deste blog em 8 de outubro deste ano, versando sobre o estado de abandono da ‘lixeira nova de Paracambi’ e que por este motivo estava acarretando a proliferação de moscas que invadiam a área rural e os bairros mais próximos, como Bom Jardim, Chacrinha, Paraíso e Lages, o estado interviu e resolveu de vez a situação.
A então intitulada matéria Praga Bíblica - Milhões de moscas iniciam a invasão de Paracambi (RJ), foi lida por milhares de pessoas no município e região, chegando ao conhecimento do INEA, órgão máximo do Meio Ambiente no Estado do Rio de Janeiro. Fato este que aliado há outros muito contribuiu para sensibilizar as autoridades a respeito do agravamento do problema do lixo no município.
Atualmente, um consórcio formado por duas empresas (Inspector e União Norte) está complementando as obras e administrando o Aterro Sanitário de Paracambi. Este consórcio, habilitado através de uma licitação, administrará por 15 anos o CTDR (Centro de Tratamento e Disposição de Resíduos), nome técnico pelo qual agora passa a ser conhecido o local que antes era uma incômoda lixeira à céu aberto.
FIM DA PRAGA DAS MOSCAS – O senhor Célio da Silva Batista, morador na RJ 093, nº 1.826, a pouco mais de 500 metros de distância da antiga lixeira foi uma das principais vítimas da praga das moscas em outubro passado. Sua residência foi invadida por milhares desses insetos tornando sua vida e de seus familiares (esposa e filhos) um autêntico pandemônio. Até mesmo um culto religioso que normalmente ocorria em sua residência teve sua rotina alterada pela impossibilidade das pessoas poderem se concentrar nas orações sob o constante ataque das moscas.
Hoje, o ‘Seu Célio' respira aliviado com as mudanças que aconteceram nos últimos dias e que acabaram com a lixeira descontrolada e que servia de criadouro de insetos. Segundo sua palavra ainda tem moscas, mas dentro do limite da normalidade, como era no passado.
A TRANSFORMAÇÃO – Se em outubro passado o lixo ‘transbordava’ invadindo áreas além do seu maciço normal, compondo um quadro esteticamente desolador, mal cheiroso e contaminante, hoje, data em que se encerra esta matéria, as aparências são outras e parece estarmos diante de uma imagem que não seria possível, haja vista as condições do passado.
Logo na entrada (que antes estava tomada pelo lixo) a limpeza chama atenção (Foto). Entrando nesse novo ambiente nos deparamos com uma balança de pesar veículos (subterrânea), tendo ao seu lado uma construção onde um funcionário através de equipamento de informática realiza a pesagem e demais controles de veículos e lixo depositado no CTDR.
Interiormente, o maciço de resíduos sólidos (lixo) apresenta-se sob controle, com suas devidas coberturas de terra, processo que contribui para as estabilizações mecânica e química do lixo, além de evitar a proliferação de insetos como moscas.
Outras mudanças estão decorrendo nas dependências do CTDR de Paracambi. A pouco mais de um mês atuando naquele local o consórcio administrador ainda tem muito que fazer, incluindo até mesmo a melhoria da estética do espaço do Aterro Sanitário.
AS CIDADES QUE DEPOSITAM O LIXO EM PARACAMBI – Existe um consórcio participativo no que se refere à deposição de resíduos no CTDR municipal. Participam os municípios de Japeri, Queimados, Mendes, Paulo de Frontin e Paracambi. No momento estão depositando Paulo de Frontin e Queimados, além da cidade sede. Japeri e Mendes em virtude de compromissos contratuais continuam depositando seus lixos em outra localidade até o encerramento dos respectivos contratos.
O lixo de cada uma dessas cidades é captado pelo CTDR de Paracambi obedecendo ao seguinte processo:
• Paracambi – 30 ton. por dia;
• Paulo de Frontin – 12 ton. por dia;
• Queimados – 120 ton. por dia;
• Japeri – 90 ton. por dia;
• Mendes – 12 ton. por dia.
Resta esclarecer que a utilização do CTDR de Paracambi é devidamente pago pelos municípios usuários.
PARA MAIORES ESCLARECIMENTOS LEIA A POSTAGEM ANTERIOR.

sábado, 8 de outubro de 2016

PRAGA BÍBLICA: Milhões de moscas iniciam a invasão de Paracambi (RJ)

JÁ COMEÇOU o processo e promete piorar. O lixo municipal que é depositado na “Nova Lixeira” de Paracambi está se acumulando e a prefeitura local está sem recursos financeiros para resolver o problema. Nem mesmo cobrir com terra o lixo da área ela tem condições. Resultado: proliferação de moscas em enormes quantidades, além de outros vetores. Um dos primeiros Bairros atingidos pela praga (fora do quadrante da lixeira) está sendo o Bom Jardim.
Nos últimos dias moradores do entorno do que seria o Aterro Sanitário de Paracambi, hoje transformado em uma grande lixeira a céu aberto, procuraram o Secretário Municipal de Meio Ambiente, Professor Didi, para reclamar do problema, levando amostras da praga que assola aquela região, sob a forma de sacos cheios de moscas.
Segundo o secretário municipal, a antiga lixeira da cidade foi encerrada em 2011 e o novo “aterro sanitário” deveria ficar concluído em 2012. Contudo, desde então o processo de regularização do aterro vem se arrastando burocraticamente no âmbito do Estado. O secretário Didi esclarece que a conclusão da obra e a operação do que será o CTDR (Centro de Tratamento e Disposição de Resíduos) estão somente aguardando a liberação da Autorização Ambiental do INEA para dar início às operações.
Essa autoridade municipal acrescenta ainda que já tem uma empresa contratada (União Norte) que vai construir e administrar o complexo do CTDR, e que da mesma forma está aguardando a liberação estadual para inicio de suas atividades.
Antecipadamente o Ministério Público já se mobilizou em torno dessa situação, fato ocorrido em 2015. No mês de março desse mesmo ano o MP em Barra do Pirai convocou as Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, INEA, Obras e Meio Ambiente de Paracambi para uma reunião visando tratar do assunto. Este encontro terminou com as entidades do Estado se comprometendo a resolver o problema até junho de 2015, o que não ocorreu até os dias de hoje.
REMISSÃO - O então denominado aterro sanitário de Paracambi serviria para depositar de forma consorciada o lixo das cidades de Queimados, Japeri, Paulo de Frontin e Mendes, além do município sede. Com exceção deste último, os demais realizam este serviço em Nova Iguaçu há vários anos.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

PODAS E CORTES DE ÁRVORES EM ÁREAS URBANAS - CONFLITOS!

Sejamos objetivos! Em uma pequena cidade a Defesa Civil, Secretaria Municipal de Meio ambiente e uma fornecedora de energia elétrica veem as árvores segundo seus pontos de vistas e interesses diferentes. A Defesa Civil quer cortar ou podar árvores que oferecem perigo à comunidade ou ao patrimônio destas ou públicos. A Secretaria de Meio Ambiente da mesma forma visando a preservação ambiental. A empresa de energia elétrica corta e poda para proteger as redes de distribuição de eletricidade.
Diante disso, a árvore é o ente visado, na maioria das vezes em um contexto urbano. Se esse elemento botânico não estiver em conformidade com os interesses de um ou de outro, possivelmente será alvo de uma ação corretiva ou extrema: poda ou corte. A Defesa Civil diante do fator perigo alega autonomia para cortar qualquer árvore – a revelia da Secretaria do Meio Ambiente, incapacitada diante do quesito estipulado por técnicos especializados no assunto segurança. Nesse caso, só resta ao Meio Ambiente um cadastro de restos mortais (ou lembranças) de Biomassa vegetal extirpada do convívio natural.
A empresa privada distribuidora de energia elétrica assume seu papel tendo como escudo protetor a normalidade do abastecimento à população. Dessa forma, costuma podar e até cortar em certas situações. Nesse sentido, tais empresas chegam a gozar de uma autonomia que não é dada nem a Secretaria de Meio Ambiente; esta última um ente público. Entre avisar a Prefeitura antes ou depois do corte, ninguém sabe quando isso acontece, pois há de prevalecer à emergência alegada por tais empresas fornecedoras de energia elétrica. São particulares com poderes circunstanciais maiores que o Poder público – principalmente em pequenas cidades do interior do Estado.
Claro que árvores que ofereçam perigo as pessoas, patrimônios ou a rede elétrica devem ser podadas ou cortadas – isso não se discute. O que deve ser discutido é a forma desencontrada como isso acontece. Um corte ou poda de árvore em uma cidade deve ser visto através de um colegiado envolvendo pela ordem de importância os seguintes setores: Secretaria de Meio Ambiente, Defesa Civil e empresas particulares distribuidoras de energia elétrica. Não pode ser de outra forma. A Secretaria de Meio Ambiente em cada cidade deve capitanear qualquer força tarefa nesse sentido, por se tratar de setor que normalmente tem em seus quadros pessoal habilitado como Técnicos de Meio Ambiente, Engenheiros Ambientais, Tecnólogos em Gestão Ambiental e outros especializados a nível médio e superior. A visão de uma Secretaria de Meio Ambiente qualificada proporciona uma atuação unificada e holística, levando satisfação a todos os interesses envolvidos.
Também é inadmissível que as empresas particulares que podam árvores sob redes elétricas de uma cidade façam tal trabalho na ausência de observadores municipais. Esse procedimento não é demérito a empresa particular envolvida. Trata-se de um direito e dever da municipalidade de fiscalizar e acompanhar os serviços realizados, gerando relatórios e prestações de conta em torno da atuação do setor privado na área urbana municipal. Principalmente, quando tais serviços ocorrerem em dias como sábados e domingos – é preciso um pessoal de plantão para atender tais situações.
Enfim, o que não pode acontecer nos interesses de podar ou cortar árvores nas pequenas cidade envolvendo empresas privadas de distribuição de energia elétrica, é o fato destas estipularem emergências sem conhecimento das autoridades competentes municipais e agirem por conta própria. Da mesma forma a Defesa Civil em relação ao Meio Ambiente. A Defesa Civil, após cumprido seu dever institucional, tem que prestar contas tecnicamente a Secretaria de Meio Ambiente, principalmente quando corta a arvore primeiro e avisa depois. Afinal, a Defesa Civil faz o seu papel livrando a comunidade do perigo, e nesse sentido, gerando uma perda ambiental que faz parte do acervo contábil da gestão da Secretaria de Meio Ambiente.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

VASELINA NAS FORMIGAS

Em nosso lar podemos ter dois tipos de animais: domésticos e sinantrópicos. Os primeiros criamos com a finalidade de companhia, como cães, gatos, pássaros (quando autorizados) ou mantemos para a produção de alimentos ou transporte que são os casos de galinha, boi, porcos, cavalos e etc. Já os sinantrópicos, são aqueles que se adaptaram a conviver com os seres humanos a despeito da vontade destes. Nesse sentido, destacamos rato, pombo, morcego, barata, mosca, mosquito, pulga, carrapato, formiga, escorpião, aranha, taturana, lacraia, abelha e marimbondo. Podem estar em nossa casa e não foram convidados. Além disso, destacamos que muitos deles podem transmitir doenças e também perturbar a rotina de nossa vida.
É o caso das formigas. Elas aparecem dentro de nosso lar invadindo prateleiras, lixeiras, alimentos sobre a mesa e etc. Quem não guardou aquela fatia de bolo aparentemente bem protegida e na hora de comê-la encontra a guloseima cheia de formigas? Alguns sopram, batem, aquecem no micro-ondas, e sendo possível se livrar dos insetos, comem o bolo assim mesmo – e citam um ditado dos antigos: “... formiga não faz mal, é até bom para os olhos!” Podem estar certo que esse colírio não funciona. Pesquisas já revelaram a contribuição das formigas em processos de infecção hospitalar. Sendo assim, nada impede que estas também deem sua contribuição relativa à proliferação de doenças em seu lar.
Combater as formigas em nossa casa surge como uma necessidade para o nosso conforto e segurança. Inseticida comprado no desespero diante de uma invasão desses animais surte algum efeito de pouca durabilidade e riscos de intoxicações de seres humanos ou animais domésticos. Passado o tempo de efeito destes produtos químicos, as formigas voltam com mais energia (e fome). Contratando uma empresa especializada os efeitos são mais duradouros e seguros para as pessoas e animais de criação. Contudo, tais empresas cobram pelos seus serviços e nem todos os lares deste país tem condições financeiras para arcar com os custos.
Podemos nós mesmos iniciar um combate contra as formigas invasoras. Em primeiro lugar temos que entender que se elas estão dentro de nossa casa é porque nos mesmos criamos condições para tal. As formigas (animais sinantrópicos) frequentam nosso lar por conta da comida que precisam para se alimentar e que encontram a disposição dentro de nossa residência. Nesse sentido, não existe nada mais convidativo que as latas de lixo e, principalmente, aquela lixeirinha que fica em cima da pia.
Se puder evitar a exposição prolongada e sempre cheia dessa pequena lixeira sobre a pia estaremos contribuindo em muito para evitar as formigas. Caso isso não seja possível, use vaselina.
Exatamente! Unte circularmente a vasilha da lixeira. Faça uma trilha de vaselina em seu entorno de aproximadamente uns dois “dedos” de largura. Dessa forma, as formigas não conseguirão entrar na lixeira, pois, a vaselina gruda (igual visgo de jaca) as ditas cujas. Por “instinto” esses insetos já sabem que a vaselina é perigosa para eles e evitam seu contato.
A idéia em torno desse processo é que embora não matando as formigas, não a deixamos se alimentar – e elas só estão dentro de nossa casa por causa do alimento que expomos a elas. Não conseguindo comer, as formigas “caem fora”, indo procurar alimento onde seja possível.
A vaselina nestas condições não afeta a saúde de ninguém, nem mesmo dos animais domésticos como os cães. E estes, são as maiores vítimas das formigas quando estas invadem sua vasilha de ração. Quem não passou por essa experiência: o totó com fome tentando comer e as formigas invasoras não deixando. O cão esparrama no desespero da fome toda a ração pelo chão para se livrar das esfomeadas formigas - e faz aquela confusão que acaba em mais trabalho para você.
Passe vaselina nas bordas da vasilha de ração da mesma forma como ensinado acima para as pequenas lixeiras da pia. Em pouco tempo seu cão vai adquirir bons hábitos ao se alimentar sem precisar esparramar ração pelo chão ou evita-la e ficando com fome o dia inteiro. Seu cão vai engordar e as formigas por impossibilidade não vão mais invadir a dispensa canina.
Quanto ao uso de vaselina nas bordas ou corpo da vasilha de ração dos cães, acuso um caso “sui generis” de cachorro que lambeu a vaselina todinha que untava o seu prato de refeição. Não fez mal a ele e só contribuiu com as formigas. É bom testar se o seu “canino” não tenha o mesmo gosto, antes de utilizar esse processo.
No mais, sua criatividade com vaselina no combate as formigas que invadem o seu lar é o mais importante. Invente, aperfeiçoe e “vaseline” esses animais sinantrópicos. A vaselina poderá não matar, mas impedirá que as formigas alcancem os alimentos de que tanto necessitam e com isso diminuem sua ação ou afastam-se de sua casa.

quarta-feira, 9 de março de 2016

O MATO PODE ESTAR PROTEGENDO SUA CASA

Quem mora em área urbana localizado na parte inferior de uma encosta (um morro, por exemplo!) não deve temer a vegetação que por ventura possa existir nesse solo inclinado. Ao contrário, mato é bom para fixar o terreno através de suas raízes e evitar que no caso de erosão ocorra deslizamento de terra na direção do imóvel.
Infelizmente, a maioria dos “urbanos”, pessoas cujo ambiente perfeito de moradia é sentido como composto de concreto e asfalto, não tem a devida percepção da realidade. A maioria, principalmente donas de casa apavoradas com “os bichos do mato” que possam aparecer forçam seus maridos a realizarem limpezas que expõem o solo as intempéries do tempo e com isso ao risco da erosão. Esta última é um processo que se inicia com a primeira gota de chuva.
Cada gota de chuva chocando-se contra o solo dispende energia suficiente para desagregar a superfície atingida, criar correntes de água em turbilhão e arremessar partículas do solo a 60 cm de altura e até 1,5 metros de distância. Todo esse processo é conhecido por “splash” - expressão que identifica tecnicamente a força do impacto de uma única gota de chuva. Agora, mediante essa descrição calcule milhares de gotas de chuva chocando contra a superfície de uma encosta desprotegida no fundo de sua casa.
Assim surge um sulco por onde água e sedimentos descem a encosta. Esta é a fase inicial. Com a intensidade da chuva em um dado momento ou no decorrer do tempo, este sulco se transforma em ravina, e a perdurar a constância das chuvas e a exposição desse solo comprometido, surge à voçoroca (*). Claro que muito antes disso quem se descuidou da encosta no fundo da sua casa já se mudou.
Não vamos confundir contenção de encostas, o que ocorre com obras relacionadas à engenharia civil em nível de recurso extremo, com medidas preventivas como a conservação desses planos inclinados. A manutenção da vegetação nesses locais é fácil de ser mantida, além de econômica, e se houver abaixo dela algum paredão de concreto ou similar, estes também serão beneficiados pela vegetação que os antecede em função do fluxo da encosta amortizando o escorrimento das águas.
As folhas dos arbustos arvores e capins, servem de contenção aos impactos das gotas de chuva evitando o efeito “splash” no solo. As gotas acumuladas a partir dai escorrem pelo corpo do vegetal até o solo e desliza por este com impacto menor (quase sem escavar). Desta forma, mantendo e conservando a vegetação da encosta nos fundos de sua casa, qualquer cidadão estará contribuindo preventivamente para se evitar prejuízos maiores e até riscos relacionados à vida humana com os deslizamentos de terra.
(*)- Ou boçoroca, segundo algumas publicações técnicas.

domingo, 21 de fevereiro de 2016

PARAÍSO IMPERMEABILIZADO – Um caso real

O PARAÍSO fica em Paracambi (RJ) e trata-se de um Bairro que teve por iniciada sua ocupação nos primórdios dos anos 1980 do Século passado. Situado em área vizinha a extinta Casa de Saúde Dr. Eiras (que foi o maior hospital psiquiátrico da América Latina), a localidade reflete hoje problemas para si e muito mais em seu entorno. A causa primordial fica por conta do processo de urbanização, através da deficiência de seu esgotamento pluvial na ocorrência de chuvas mais intensas.
Enquanto o assentamento das pessoas ocorria no local que possuía ruas com traçados em terra bruta, sem nenhuma espécie de calçamento, além de contar com centenárias bacias naturais que acomodavam as águas, os problemas não eram intensos. Claro que o desconforto dos pioneiros moradores com lama, umidade e mosquitos aconteciam, porém, era um risco calculado e que ficava limitado ao Bairro em formação.
Com o tempo o Paraíso começou a fazer jus ao seu nome (sob a ótica urbana). Recebeu calçamento com paralelepípedos que acabou evoluindo para asfalto. O primeiro sinal da impermeabilização começa aí. Se antes o piso das ruas absorvia água (apesar da lama), depois, em níveis diferentes essa absorção diminuiu e mesmo parou de existir. Combinando este fator com a construção de casas e outros melhoramentos sob as mais variadas formas em alvenaria, completou-se uma fase da impermeabilização do Bairro.
As existentes bacias naturais foram aterradas e transformadas em lotes vendidos. A planta urbana ficou nivelada encerrando-se a acumulação natural das águas, rompendo o equilíbrio entre o que fica e sai na bacia hidrográfica urbana do Paraíso. Somam-se a isso as impermeabilizações por mãos humanas, mais a restrita capacidade de vasão das águas da chuva por conta do esgoto pluvial construído. O Paraíso passou a acumular e transbordar água. Os moradores em sua parte mais baixa passaram a sofrer com as enchentes e os seus vizinhos da rua mais próxima no Bairro de Lages compuseram o quadro de novas vítimas. Os primeiros sinais desse problema ocorreram a partir do final dos anos 1990.
Em pouco mais de 10 anos o “conforto, segurança e bem estar” da urbanização com asfalto e concreto acaba por conduzir a um novo problema: enchentes provocadas pela impermeabilização do terreno.
Tudo poderia ser evitado se a planificação do loteamento fosse devidamente interpretada pelas autoridades locais e transformada em um projeto com um toque de sustentabilidade. Se isso acontecesse, não haveria enchentes no Paraíso e adjacências.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O CASO PARACAMBI - Holocausto Vegetal

EM 28 DE JANEIRO de 2016 estará completando quatro anos que a Praça Cara Nova situada em Paracambi (RJ) foi reinaugurada. Para que isso acontecesse à prefeitura da cidade cortou duas dezenas de arvores de grande e médio porte com idades variáveis entre trinta e até mais anos.
Suprimida a estabilizada vegetação arbórea existente, a prefeitura de Paracambi plantou palmeiras e algumas árvores lenhosas, estas últimas, até hoje em fase de crescimento, além de impermeabilizar com concreto e alvenaria a maior parte do solo daquele logradouro. Resultado: os níveis da temperatura do ar aumentaram no local, o solo perdeu boa parte da permeabilidade e extinção da fauna de aves ali existentes a mais de 100 anos.
Resta destacar que originalmente a citada praça foi inaugurada em 24 de maio de 1991 com uma herança de árvores que se reportava ao final do século 19 e inicio do século 20. Isso ocorreu através de doação à prefeitura de área da estação ferroviária (inaugurada por D. Pedro II em 1860) que fica no Centro da sede municipal. Portanto, as árvores da Cara Nova formavam um conjunto ambiental histórico desfrutado por várias gerações de paracambienses.
Se antigamente durante o verão todos procuravam a Praça Cara Nova para se refrescar a sombra de grandiosas arvores, atualmente acontece o contrário com as pessoas fugindo daquele local por ser agora o mais quente do Bairro Centro (sede municipal) de Paracambi.
Até hoje se procura entender qual a lógica não política que levou ao holocausto vegetal da Praça Cara Nova. O Clima urbano sofreu alterações e, obviamente, como reflexo disso, a ilha de calor formada pelo centro da sede municipal passou a ter temperaturas mais altas.
A lógica que embasa esta minha afirmação pode não estar centrada em pesquisa de campo feita no local – mesmo porque está mais do que evidente que hoje a Praça Cara Nova é um “inferno” de calor -, dai ter ganhado o apelido de Praça Micro Ondas por parte dos aposentados frequentadores do local.
Minha opinião está centrada em argumentos científicos com base em estudos e pesquisas nacional e internacional onde se conclui a importância da árvore em sua contribuição ao Meio Ambiente Urbano e ao seu clima.
VEJAM OS DADOS:
Uma arvore em um ano inala em média 22 quilos de carbono e produz oxigênio suficiente para uma família de quatro pessoas viver igual período. Da mesma forma transpira 60 litros de água por dia, o que contribui para baixar a temperatura ambiente. Retendo energia calorífica, uma arvore de porte médio tem um potencial de resfriamento equivalente a quatro aparelhos de ar condicionado. A sombra de uma arvore sobre o asfalto pode reduzir a temperatura em até dois graus Celsius e, finalmente, zonas urbanas arborizadas possuem 60% menos partículas poluentes, além de reduzir a poluição sonora.
Todos esses benefícios naturais foram retirados da Praça Cara Nova quando a prefeitura cortou as arvores e acrescentou mais cimento a sua arquitetura.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

UMA IMAGEM FALA MUITO, MAS A VERDADE FALA MAIS.

RECENTEMENTE o fotógrafo alemão, Kerstin Langenberger, fotografou um urso polar “extremamente magro” sob uma placa de gelo durante sua visita a uma ilha situada entre a Noruega e o Polo Norte. Segundo o mesmo fotógrafo, as condições do animal se deve às mudanças climáticas.
O que este cidadão da Alemanha talvez não saiba é que a realidade dos ursos naquela região do Mar Ártico onde a fotografia foi tirada não se limita a uma única imagem e as aparências daquele momento. Pesquisas publicadas em 2001 pelo Grupo Especializado em Urso Polares da Wolrd Conservation Union destaca que regionalmente ocorre aumento da população desses animais.
A pesquisa ocorrida engloba áreas como a da Baia de Baffin e Mar de Beaufort em latitudes entre 73º e 78º N, quadrante onde também se situa a Ilha de Svalbard - onde se originou a foto do urso em péssimas condições.
Os números levantados indicam que das vinte e duas subpopulações de ursos polares uma ou duas apresentavam diminuição na Baia de Baffin. Mais da metade permanecia estável e duas populações haviam aumentado nas proximidades do Mar de Beaufort. Também existem relatórios citando que a população de ursos aumentou nas últimas décadas - eram cinco mil nos anos 1960 e na década atual sua marca alcança vinte e cinco mil.
Fato curioso é que as duas populações que estavam em declínio vivem em zonas em que o frio aumentou ao longo dos últimos cinquenta anos, enquanto as outras duas populações de ursos que cresceram habitam zonas que estão se tornando quentes.
Estendendo-se até a Baía de Hudson (Canadá), a imprensa vinculada ao alarmismo publicou que a população dos ursos polares teria diminuído em 17% entre 1997 e 2004. Acontece que não foi colocado em evidência que estes animais eram apenas 500 em 1981, 1.200 em 1987 e 950 em 2004, portanto, os números não indicam declínio a partir de 1981 – forma correta de computar.
Outros dados omitidos são de que 300 a 500 ursos são abatidos anualmente por caçadores naquela região (Baias de Baffin/Hudson e Mar de Beaufort).
Finalmente, dois terços dos ursos polares do planeta encontram-se no Canadá Ártico, nação que mais se dedica aos estudos desses animais, e os números do governo daquele país indicavam que das 13 populações de ursos, 11 se encontram estáveis ou em crescimento.
Parece que somente algumas poucas subpopulações de ursos estão declinando, e tudo indica ser pelo excesso de frio.