sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O CASO PARACAMBI - Holocausto Vegetal

EM 28 DE JANEIRO de 2016 estará completando quatro anos que a Praça Cara Nova situada em Paracambi (RJ) foi reinaugurada. Para que isso acontecesse à prefeitura da cidade cortou duas dezenas de arvores de grande e médio porte com idades variáveis entre trinta e até mais anos.
Suprimida a estabilizada vegetação arbórea existente, a prefeitura de Paracambi plantou palmeiras e algumas árvores lenhosas, estas últimas, até hoje em fase de crescimento, além de impermeabilizar com concreto e alvenaria a maior parte do solo daquele logradouro. Resultado: os níveis da temperatura do ar aumentaram no local, o solo perdeu boa parte da permeabilidade e extinção da fauna de aves ali existentes a mais de 100 anos.
Resta destacar que originalmente a citada praça foi inaugurada em 24 de maio de 1991 com uma herança de árvores que se reportava ao final do século 19 e inicio do século 20. Isso ocorreu através de doação à prefeitura de área da estação ferroviária (inaugurada por D. Pedro II em 1860) que fica no Centro da sede municipal. Portanto, as árvores da Cara Nova formavam um conjunto ambiental histórico desfrutado por várias gerações de paracambienses.
Se antigamente durante o verão todos procuravam a Praça Cara Nova para se refrescar a sombra de grandiosas arvores, atualmente acontece o contrário com as pessoas fugindo daquele local por ser agora o mais quente do Bairro Centro (sede municipal) de Paracambi.
Até hoje se procura entender qual a lógica não política que levou ao holocausto vegetal da Praça Cara Nova. O Clima urbano sofreu alterações e, obviamente, como reflexo disso, a ilha de calor formada pelo centro da sede municipal passou a ter temperaturas mais altas.
A lógica que embasa esta minha afirmação pode não estar centrada em pesquisa de campo feita no local – mesmo porque está mais do que evidente que hoje a Praça Cara Nova é um “inferno” de calor -, dai ter ganhado o apelido de Praça Micro Ondas por parte dos aposentados frequentadores do local.
Minha opinião está centrada em argumentos científicos com base em estudos e pesquisas nacional e internacional onde se conclui a importância da árvore em sua contribuição ao Meio Ambiente Urbano e ao seu clima.
VEJAM OS DADOS:
Uma arvore em um ano inala em média 22 quilos de carbono e produz oxigênio suficiente para uma família de quatro pessoas viver igual período. Da mesma forma transpira 60 litros de água por dia, o que contribui para baixar a temperatura ambiente. Retendo energia calorífica, uma arvore de porte médio tem um potencial de resfriamento equivalente a quatro aparelhos de ar condicionado. A sombra de uma arvore sobre o asfalto pode reduzir a temperatura em até dois graus Celsius e, finalmente, zonas urbanas arborizadas possuem 60% menos partículas poluentes, além de reduzir a poluição sonora.
Todos esses benefícios naturais foram retirados da Praça Cara Nova quando a prefeitura cortou as arvores e acrescentou mais cimento a sua arquitetura.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

UMA IMAGEM FALA MUITO, MAS A VERDADE FALA MAIS.

RECENTEMENTE o fotógrafo alemão, Kerstin Langenberger, fotografou um urso polar “extremamente magro” sob uma placa de gelo durante sua visita a uma ilha situada entre a Noruega e o Polo Norte. Segundo o mesmo fotógrafo, as condições do animal se deve às mudanças climáticas.
O que este cidadão da Alemanha talvez não saiba é que a realidade dos ursos naquela região do Mar Ártico onde a fotografia foi tirada não se limita a uma única imagem e as aparências daquele momento. Pesquisas publicadas em 2001 pelo Grupo Especializado em Urso Polares da Wolrd Conservation Union destaca que regionalmente ocorre aumento da população desses animais.
A pesquisa ocorrida engloba áreas como a da Baia de Baffin e Mar de Beaufort em latitudes entre 73º e 78º N, quadrante onde também se situa a Ilha de Svalbard - onde se originou a foto do urso em péssimas condições.
Os números levantados indicam que das vinte e duas subpopulações de ursos polares uma ou duas apresentavam diminuição na Baia de Baffin. Mais da metade permanecia estável e duas populações haviam aumentado nas proximidades do Mar de Beaufort. Também existem relatórios citando que a população de ursos aumentou nas últimas décadas - eram cinco mil nos anos 1960 e na década atual sua marca alcança vinte e cinco mil.
Fato curioso é que as duas populações que estavam em declínio vivem em zonas em que o frio aumentou ao longo dos últimos cinquenta anos, enquanto as outras duas populações de ursos que cresceram habitam zonas que estão se tornando quentes.
Estendendo-se até a Baía de Hudson (Canadá), a imprensa vinculada ao alarmismo publicou que a população dos ursos polares teria diminuído em 17% entre 1997 e 2004. Acontece que não foi colocado em evidência que estes animais eram apenas 500 em 1981, 1.200 em 1987 e 950 em 2004, portanto, os números não indicam declínio a partir de 1981 – forma correta de computar.
Outros dados omitidos são de que 300 a 500 ursos são abatidos anualmente por caçadores naquela região (Baias de Baffin/Hudson e Mar de Beaufort).
Finalmente, dois terços dos ursos polares do planeta encontram-se no Canadá Ártico, nação que mais se dedica aos estudos desses animais, e os números do governo daquele país indicavam que das 13 populações de ursos, 11 se encontram estáveis ou em crescimento.
Parece que somente algumas poucas subpopulações de ursos estão declinando, e tudo indica ser pelo excesso de frio.